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Roteiro no Centro Histórico de Colares
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Colares, antiga sede de concelho, é uma vila cuja história se perde nos confins dos tempos. Subindo pelo esplendor do verde da Serra de Sintra, contempla todo a fértil planície, tendo como pano de fundo o imenso oceano, invadido pelo Cabo da Roca.
Proveniente de Colir (colina), este antigo reguengo que teve foral com D. Dinis, viu a sua vila crescer no seio do verde da Serra, rodeada de templos e quintas, num cenário idílico que repousa na romântica Várzea banhada pelo Rio das Maçãs.
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Valeu aos colarenses o voluntarismo e a generosidade de D. Amélia para que nascesse uma estrada condigna que ligasse Sintra a Colares: a Estrada Nova da Rainha, mais conhecida hoje em dia, por Estrada Velha. Faltava, contudo, um transporte público.
O comboio chegara a Sintra nos finais de oitocentos e as gentes de Colares sonhavam que se expandisse. Batalharam muito e, em 1904, viria a surgir o histórico elétrico, 1º transporte a ligar Sintra à Praia das Maçãs. Nascia a Sintra-Atlântico que ainda hoje encanta os turistas.
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As origens da Ermida de S. Sebastião remontam ao início do séc.XVI mas o terramoto de 1755 danificou-a irremediavelmente e o edifício atual, construído no terceiro quartel do séc.XVIII, resulta, muito provavelmente, do traço do arquiteto mor do reino, Carvalho Negreiros.
Da primitiva igreja apenas subsistiu uma pia de água benta manuelina. A sua maior originalidade reside na planta oval da capela mor e na inacabada torre semicircular que lhe está adossada. A ermida possui uma só nave coberta por uma abóboda de berço. Um arco triunfal conduz-nos à capela-mor onde encontramos um modesto altar.
GPS: 38°48'03.5"N 9°26'32.7"W
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Construída em 1885, para residência de férias de José Inácio da Costa (Colares,1813-1886), a Villa Costa (agora Vitorino) é o 2º mais antigo chalet da zona de Sintra. Este edifício, é um condigno representante da arquitetura de montanha tão característica da paisagem romântica da região.
O seu proprietário, natural de Colares, começou a sua vida profissional como latoeiro e foi progredindo nos negócios até se tornar um dos maiores industriais do séc.XIX, um dos pais da indústria conserveira em Portugal. José Inácio da Costa foi um dos maiores mecenas de Colares, responsável por inúmeras benesses.
GPS: 38°47'58.7"N 9°26'40.8"W
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No início da Estrada Nova da Rainha situa-se o antigo Eden Hotel, mandado edificar por José Inácio da Costa, para dotar Colares da sua 1ª unidade hoteleira, uma necessidade premente da vila, devido ao avolumar das pessoas que aqui queria estanciar.
A sua exploração foi entregue a Manuel Iglésias, homem já com experiência no ramo, em Lisboa. Mais tarde, viria a ser adquirido pelo notável pintor Veloso Salgado (Orense, 1864-Lisboa, 1945). Nas suas traseiras expande-se a lindíssima Q.ta do Vinagre onde D. Amélia desenvolvia os seus dotes artísticos, enquanto D. Carlos caçava em amenas cavaqueiras com os saloios.
GPS: 38°47'57.4"N 9°26'40.0"W
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Subindo a Rua da Abreja rumo ao Largo Carlos França, no meio do pitoresco casario encontramos a sede da Banda dos Bombeiros Voluntários de Colares, junto aos vestígios do Primeiro Quartel dos Bombeiros. Estas coletividades foram importantes contributos dados ao desenvolvimento de Colares e das suas gentes, também resultantes da ação de José Inácio da Costa.
Olhando para a serra observamos o pequeno Chalet do Dedo, embrenhado no meio do verde.
GPS: 38°47'54.7"N 9°26'53.5"W
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Impondo-se ao bonito coreto oitocentista ergue-se Igreja Matriz de Colares, dedicada a Nossa Senhora da Assunção. Construída na segunda metade do séc.XVI, belíssimo exemplar de “arquitetura chã”, destaca-se pelo ritmo dos seus contrafortes toscanos e pela torre com cúpula e quatro sinos.
No interior, de nave única e cobertura em abóbada de berço, sobressaem as capelas laterais, o arco triunfal (projetado por Pedro Nunes Tinoco, em 1638) e o revestimento azulejar policromo das paredes. De épocas construtivas anteriores subsistem a pia batismal com gomos incisos, datada de 1604 e a pia de água benta de talhe manuelina.
No séc.XVIII a capela-mor foi embelezada com magníficos painéis de azulejo figurados, da autoria do mestre Manuel dos Santos e com a construção do grandioso retábulo de talha dourada, em estilo nacional, da autoria de João Antunes.
Bastante arruinada com o terramoto de 1755, foi alvo de intervenção, sobretudo ao nível da cobertura e da frontaria.
GPS: 38°47'58.5"N 9°26'49.0"W
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A histórica Fonte de Milides refresca-nos com a sua água e recorda-nos a lenda do seu nome, que nos remete a uma aparição de Nossa Senhora encorajando 20 amedrontados cavaleiros que iam combater os mouros, dizendo-lhes “indes vinte…que mil ides”: sob a sua proteção os vinte valiam por mil!
Contiguo à fonte, ergue-se um imponente muro branco, a partir do qual se estende o casario da vila, no espaço onde outrora se situava a Mouraria e que se prolongava até ao Castelo de Colares.
GPS: 38°47'56.8"N 9°26'49.5"W
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Nascido em S. Tomé e Príncipe, José Viana da Mota (1868-1948) veio para Colares com apenas 5 anos de idade. Após a morte de seu pai, sob a alta proteção de D. Fernando II e da Condessa d’Edla, estudou em Berlim e frequentou as aulas de Franz Lizt em Weimar. O músico tornou-se num dos mais importantes pianistas, compositores e musicógrafos portugueses. Paralelamente à sua carreira internacional como concertista foi diretor do Conservatório Nacional de Música e da Orquestra Sinfónica de Lisboa.
A casa onde viveu encontra-se assinalada com uma placa alusiva.
GPS: 38°47'55.3"N 9°26'50.3"W
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O Pelourinho manuelino data, provavelmente de 1516, altura em que D. Manuel I outorgou o foral à vila. Do lado oposto da rua, junto ao antigo Castelo de Colares, situava-se o edifício da Câmara Municipal de Colares, extinta em 1885.
Sobre as suas ruínas, símbolo da autonomia administrativa colarense, edificou, no século XVII, o seu palácio, D. Dinis de Melo e Castro.
Este palácio foi destruído por um incêndio no séc.XIX e, no seu lugar, foi erguida a Escola Primária, da autoria do arquiteto Norte Júnior.
GPS: 38°47'56.2"N 9°26'54.3"W
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O Pelourinho manuelino data, provavelmente de 1516, altura em que D. Manuel I outorgou o foral à vila.
Do lado oposto da rua, junto ao antigo Castelo de Colares, situava-se o edifício da Câmara Municipal de Colares, extinta em 1885.
Sobre as suas ruínas, símbolo da autonomia administrativa colarense, edificou, no século XVII, o seu palácio, D. Dinis de Melo e Castro.
Este palácio foi destruído por um incêndio no século XIX e, no seu lugar, foi erguida a Escola Primária, da autoria do arquiteto Norte Júnior.
GPS: 38°47'57.2"N 9°26'55.0"W
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Localizada no alto de Colares, no limite da povoação e conhecida desde o séc.XVI, esta quinta, que alberga um palacete tardo-setecentista de inspiração italiana, ganhou o nme atual quando se tornou propriedade de António José Dias Pereira Chaves Mazziotti, político e deputado do partido regenerador, durante a monarquia.
Esta quinta tornou-se famosa pela referência qua Beckford faz à sua fertilidade “Os ramos das árvores caem, literalmente, com o peso dos frutos, e o mais pequeno abalo faz que o chão fique coberto de ameixas, laranjas e damascos. (…) Nunca vi mais extraordinárias plantas, quer em tamanho quer em vigor, que as que têm a sorte de crescer neste afortunado solo. (…) Oh, como eu desejaria Ter uma Quinta em Colares! (…) mas também por aí ter vivido e por aí ter vivido e trabalhado o médico e cientista Dr. Carlos França, genro de Mazziotti.
GPS: 38°47'54.4"N 9°27'03.0"W
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Descendo até à estrada principal aproximamo-nos do Rio das Maçãs que, nascendo em Lourel e desaguando na Praia das Maçãs, tem aqui na Várzea de Colares, o seu espaço mais nobre.
No séc.XIX, auge do Romantismo, era quase obrigatório andar de barco a remos na Várzea e são vários autores que o referem: "O quê! O maestro não conhecia Sintra?... Então era necessário ficarem lá, fazerem as peregrinações clássicas, subir à Pena, ir beber água à Fonte dos Amores, barquejar na Várzea" (Eça de Queirós, Os Maias) ou que o registaram em lindíssimas gravuras.
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Na estrada do Banzão, entre belos plátanos, ergue-se o imponente edifício da Adega Regional de Colares, construído em 1934, já depois da criação jurídico económica da Região Demarcada de Colares. O interior impressiona pela dimensão e nº dos tonéis de madeiras nobres onde estagiam e envelhecem os vinhos. A Adega Regional de Colares é a mais antiga adega cooperativa do país. Nele desenvolve-se a atividade normal de laboração e apoio técnico associativo, além de ser palco de provas de vinho, visitas guiadas e eventos sociais.
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O edifício das Caves Visconde de Salreu mandado edificar em 1920 pelo empresário e benemérito Domingos Joaquim da Silva (Visconde de Salreu) obedeceu, tal como a escola primária da vila, a um projeto eclético do arquiteo Norte Júnior. Situado à beira da linha do elétrico, o imóvel contem um original terminal interior de descarga de pipas, fruto do progresso económico estimulante da viticultura da região.
Se o Vinho de Colares já enchia as naus que percorriam os oceanos desde as descobertas portuguesas, foi no séc.XIX, que atingiu o seu auge, quando a casta ramisco sobreviveu à praga da filoxera. O vinho de Colares tornou-se então um néctar precioso. No final deste roteiro ainda é possível brindarmos com um belíssimo Colares de Honra.