O lixo mais encontrado nas praias portuguesas é composto por beatas de cigarro, cotonetes, palhinhas, garrafas de água, copos, pacotes de snaks, balões e embalagens diversas.

O lixo composto por plástico mais fino deteora-se mais rapidamente nos oceanos, dando origem a partículas mais pequenas de plástico (microplásticos).

A maior parte do lixo encontrado nos oceanos tem origem na terra e é composto por resíduos plásticos utilizados nas nossas rotinas diárias sem lhes darmos grande importância (por ex: loiça descartável, palhinhas e os invólucros, produtos de higiene, beatas de cigarro etc.)

Microplásticos são pequenas partículas de plástico que se encontram em muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal (esfoliantes para cabelo, corpo e rosto, pasta e cremes dentais) ou são resultado da degradação dos objetos maiores (por ex: cotonetes, palhinhas, sacos de plástico descartáveis etc).

Os rios, as pequenas correntes de água, o vento, os sistemas de drenagem municipais e os sistemas de tratamento de águas residuais, transportam o plástico desde as micro e nano partículas (< 5mm) até aos objetos de grande dimensão.
Nos sistemas de tratamento de águas residuais os microplásticos como são demasiado pequenos para serem completamente filtrados acabam no ambiente aquático.

Para além de se traduzirem numa ameaça à biodiversidade marítima, os microplásticos ao entrarem na cadeia alimentar dos animais, (“vão parar às nossas mesas”) entram na cadeia alimentar dos seres humanos afetando a qualidade da sua alimentação e pondo em risco a sua saúde.
“Não deite lixo para o chão, proteja a sua saúde, proteja o mar! O que cai ao Chão cai ao Mar!

Embalagens descartáveis são todas as embalagens que têm um uso único (por ex: copos de plástico, brancos ou transparentes, take away e, regra geral, todas as embalagens de plástico muito fino que rapidamente se danificam).
As embalagens constituídas por plástico muito fino facilmente estilhaçam, dificultando a sua reciclagem/aproveitamento. Por serem leves são facilmente deslocados pela chuva ou vento para os vários coletores de aguas pluviais/residuais como as sargetas, ou para os rios e ribeiras, tendo como destino final o mar.

50% do lixo marinho é constituído por plásticos descartáveis que no processo de deteoração se transformam em microplásticos e nanoplásticos perigosos para o ambiente (contaminam os ecossistemas, a vida selvagem, a água, mar e solo) e para a saúde humana (entram na cadeia alimentar do ser humano quando ingere peixe).

A reciclagem do plástico é de extrema importância para o meio ambiente pois permite dar um novo uso ao plástico. Garante o seu reaproveitamento na produção do plástico reciclado. O plástico reciclado tem todas as características do plástico comum e quando o compramos estamos a contribuir para o meio ambiente pois estes materiais deixam de ir para os aterros sanitários ou para a natureza, poluindo, rios, lagos, solos e matas.
Se o destino passar pelo aterro, o plástico demora cerca de 450 anos a decompor-se; se for para a incineração cerca de 400 milhões de toneladas de CO2 serão emitidas para a atmosfera.

Se todo o plástico da Europa fosse reciclado evitava-se a utilização de 3,5 biliões de barris de petróleo por ano.

Opte por embalagens de vidro, mesmo para bebidas quentes como o chá, café, pois o vidro não liberta produtos tóxicos, é produzido com recursos naturais abundantes, não necessita de muita energia na sua produção, depois de utilizado pode ser várias vezes reciclado e mantem o sabor e a temperatura da bebida/alimentos. Depois não se esqueça, coloque-o no vidrão, faça a reciclagem do vidro.
Também pode optar por usar o papel. Este pode ser reciclado várias vezes o que evita a sua acumulação em aterros de lixo. A sua reciclagem transforma-o noutros produtos, não implica a destruição de florestas e permite a poupança de muita energia (1,39 MWh na reciclagem em vez de 3,51 MWk na produção de papel novo), permite a criação de 5 vezes mais emprego do que na produção de celulose e dez vezes mais emprego do que na recolha e destino final do lixo. Depois não esqueça, faça a reciclagem do papel.

A cada minuto 7000 beatas de cigarro vão parar ao chão em Portugal. Os filtros de cigarro à primeira vista podem parecer pequenos e relativamente inofensivos, mas causam danos irreversíveis aos oceanos e à vida selvagem em geral. Os filtros libertam poluentes do fumo, como nicotina, arsénio e chumbo, que acabam por ser consumidos por várias espécies marinhas que, muitas vezes, vão “parar à nossa mesa”.
As beatas não são biodegradáveis, a sua decomposição não tem tempo limite e nunca se degradam na totalidade. Na sua composição existem cerca de 4000 tóxicos, entre metais pesados e micropartículas tóxicas. Uma beata contamina 1 litro de água e é suficiente para matar um peixe. Por serem leves facilmente são encaminhadas para rios e ribeiras através da chuva e do vento. As beatas de cigarro são um perigo para todos nós! Não deite as beatas para o chão, não esqueça “o que cai ao chão, cai ao mar”.

O óleo derramado na terra é rapidamente absorvido podendo contaminar ribeiras, rios e lençóis de água subterrâneas. Deve-se colocar o óleo usado numa garrafa de plástico e depositá-la bem fechada num oleão. Posteriormente o óleo pode ser transformado em biodiesel, composto para tintas, sabão, detergentes, cosmética, graxa, etc.
Sabia que:
- 1 litro de óleo usado pode contaminar 20 mil litros de água potável?
- despejar óleo usado na canalização contamina as águas da ETAR e estraga a canalização de água de um apartamento/prédio.
- a página oficial dos SMAS/Sintra (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra) tem informação sobre os locais onde se encontram os oleões.