Consulte a nossa Política de Privacidade
Perguntas Frequentes sobre o Regulamento Geral de Proteção de Dados da Câmara Municipal de Sintra
Em 1992, a UNESCO alargou as categorias do Património Mundial e acrescentou a de Paisagem Cultural.
Sintra foi classificada Património Mundial, no âmbito da categoria Paisagem Cultural, no dia 6 de Dezembro de 1995, durante a 19ª Sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO realizada em Berlim.
Pode parecer difícil definir claramente e delimitar uma paisagem que inclui sítios diversos ligados por um caráter geral comum. De resto, uma paisagem nunca é estática; ao contrário, ela está sempre sujeita às mudanças o que a torna difícil de preservar. É sobretudo o caso das paisagens culturais, testemunhos do cunho humano, sempre dinâmico, mas permitindo também que os elementos naturais sigam os seus ritmos biológicos próprios.
A candidatura de uma paisagem cultural para inclusão no Património Mundial exige uma mistura excecional de sítios naturais e culturais num quadro exemplar. A Serra de Sintra corresponde-lhe de uma forma convincente. Vista de longe (ou a partir de uma fotografia aérea) ela dá a impressão de uma paisagem muito mais natural que se distingue bem dos arredores: uma pequena cadeia montanhosa granítica coberta de florestas, elevando-se da região rural (também ela entrecortada por montes e vales) entre Lisboa e o litoral. Vista de mais perto e percorrendo-a, a Serra revela marcas culturais de uma riqueza surpreendente, cobrindo vários séculos da história de Portugal.
Esta história irradiava da velha vila de Sintra, escolhida como lugar de um palácio real medieval, beneficiando de uma situação climática muito específica no país (e mesmo relativamente à região mediterrânica): verões frescos e invernos doces e soalheiros. A Corte e os nobres do país estabeleciam-se em Sintra e nas vertentes Norte da Serra, ao longo das quais foram erguendo sumptuosas villas e quintas rodeadas de jardins e parques de estilo artístico e de uma flora luxuriante. Por outro lado, a solidão da Serra e suas florestas atraíam monges e eremitas que a enriqueciam de conventos e de ermitérios introduzindo-lhe o aspecto religioso-cultural.
O apogeu deste desenvolvimento extraordinário da paisagem de Sintra foi atingido com o reinado de D. Fernando II da dinastia Saxe-Cobourg-Gotha (1836-1885). Muito ligado a Sintra e à sua paisagem pelas quais nutria um grande afeto, este rei-artista implantaria aqui oromantismo de uma forma esplêndida e única para as regiões mediterrânicas. O rei adquiriu o Convento da Pena situado sobre uma montanha escarpada e transformou-o num palácio fabuloso e mágico, dando-lhe a dimensão máxima que apenas um romântico de uma grande visão artística e de uma grande sensibilidade estética podia sonhar. Este antecipa, por assim dizer, o célebre Castelo de Neuchwanstein erigido por Luís II da Baviera. Além disso, D. Fernando II rodeou o palácio de um vasto parque romântico plantado com árvores raras e exóticas, decorado com fontes, de cursos de água e de cadeias de lagos, de chalets, capelas, falsas ruínas, e percorrido de caminhos mágicos sem paralelo em nenhum outro lugar. O rei tomou também o cuidado de restaurar as florestas da Serra onde milhares de árvores foram plantadas, principalmente carvalhos e pinheiros mansos indígenas, ciprestes mexicanos, acácias da Austrália, e tantas outras espécies que contribuem perfeitamente para o carácter romântico da Serra.
Assim evoluiu na Serra de Sintra uma paisagem cultural de um valor eminente e singular. Do ponto de vista mais natural, associa componentes das floras mediterrânicas e setentrionais a centenas de árvores e flores exóticas num quadro de jardins, parques e florestas verdadeiramente único.
Parques e Manchas Florestais
> Parque da Pena
> Parque de Monserrate
> Manchas Florestais da Serra
Centro Histórico
> Vila Velha de Sintra
Arquitectura Áulica
> Palácio Nacional de Sintra
> Palácio da Pena
> "Chalet"da Condessa d´Edla
> Palácio de Monserrate
> Quinta da Penha Verde
> Palácio dos Ribafrias
> Palácio de Seteais
> Quinta da Regaleira
> "Chalet" Biester
> Quinta do Relógio
> Quinta dos Pisões
> Quinta do Saldanha
> Quinta da Amizade
Arquitectura Militar
> Castelo dos Mouros
Arquitectura Religiosa
> Convento Jerónimo de Nossa Senhora da Pena
> Convento da Trindade, Arrabalde
> Convento do Carmo, Eugaria
> Convento de Santa Cruz dos Capuchos
> Antiga Igreja Paroquial de S. Pedro de Canaferrim
> Igreja Paroquial de Santa Maria
> Antiga Igreja Paroquial de São Miguel
> Igreja Paroquial de São Martinho
> Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia
> Capela do Espírito Santo, Palácio Nacional de Sintra
> Capela de Santa Catarina, Penha Verde
> Capela de São João Baptista, Penha Verde
> Capela de São Brás, Penha Verde
> Capela da Quinta do Saldanha
> Capela da Santíssima Trindade, Regaleira
> Ermida da Nossa Senhora da Piedade
Monumentos e Vestígios Arqueológicos
> Sitío Neolítico de São Pedro de Canaferrim
> Povoado Neolítico/Calcolítico da Rua das Padarias, Vila Velha de Sintra
> Povoado Calcolítico da Penha Verde
> Tholos da Bela Vista
> Povoado da Idade do Bronze do Castelo dos Mouros
> Depósito da Idade do Bronze do Monte do Sereno
> Povoado da Idade do Bronze/Ferro do Parque das Merendas
> Estação Romana da Vila de Sintra e possível Via e Necrópole Romanas da Rua da Ferraria
> Necrópole Medieval da Antiga Igreja Paroquial de São Pedro de Canaferrim
> Necrópole Medieval da Antiga Igreja Paroquial de Santa Maria
> Necrópole Medieval de Nossa Senhora de Milides
Por certo que são muito belas. Mas sobretudo, únicas.
É esta singularidade que alicerça a celebridade de Sintra, o seu renome internacional entre poetas, artistas e pensadores. A sua diferença repousa no excecional sincretismo conseguido entre a Natureza e os antigos monumentos, bem como no pioneirismo dos sonhos arquitectónicos que suscitou, nomeadamente no âmbito do Romantismo.
Em Portugal não há nenhum lugar parecido com Sintra. Na Europa, mesmo em todo o Mundo, torna-se difícil encontrar um paralelo exacto, pela sua complexidade e, também, pelo característico sincretismo aqui verificado entre Património Natural e Património Construído.
No entanto, poder-se-íam evocar algumas regiões da Europa Central, onde se edificaram soberbos, palácios românticos durante os anos 60 do século XIX, rodeados de paisagens magníficas. Mas deverá recordar-se que o Palácio da Pena, em Sintra, protótipo do Romantismo Europeu na exuberante mistura de estilos, com os seus ecos exóticos e medievais, precede os seus congéneres alemães em, pelo menos, um quarto de século.
Além da paisagem natural que, até longe, o envolve, situa-se no centro de um parque único no seu género, constituído por milhares de árvores reunidas nas quatro partes do mundo. Fenómeno esse que, de algum modo, se revela também no Parque de Monserrate.
A Paisagem Cultural de Sintra enquadra-se simultaneamente nas categorias II, IV e V do parágrafo 24 estabelecidas pela UNESCO na "Orientations devant guider la mise en oeuvre de la Convention du Patrimoine Mondial".
Durante o século XIX Sintra exerceu uma influência considerável sobre o desenvolvimento da arquitectura romântica europeia (Palácio da Pena; Monserrate). No entanto, o seu interesse não se resume certamente a um ou dois edifícios de evidente importância, antes se diversifica numa plêiade de palácios e parques; de casas senhoriais, com os seus jardins e bosques; de palacetes e chalets envoltos numa vegetação exuberante; de longos trechos de muralhas que serpenteiam sobre os mais altos cumes da Serra, evocando séculos pretéritos; de conventos convidando à meditação, rodeados de musgosas falésias e de fontes murmurantes; de austeras igrejas e capelas, bem como de ermidas mais "humanizadas" e populares, umas e outras constituindo pólos seculares de Fé e de Arte; enfim, vestígios arqueológicos várias vezes milenares, que nos remetem para as nossas raízes mais longínquas.
Câmara Municipal de Sintra
A Câmara Municipal de Sintra disponibiliza aos seus munícipes, visitantes e investidores diversas publicações digitais, tais como: newsletters, infomails, convites, cartas e folhetos, enviadas por e-mail.
Uma comunicação municipal abrangente fortalece a união com os cidadãos, procurando a construção de um Município melhor.