Câmara de Sintra integra expedição científica no mar de Cascais a Mafra

A Câmara Municipal de Sintra, Cascais e Mafra e a Fundação Oceano Azul realizam uma expedição científica no mar contíguo a estes territórios, de 1 e 12 de outubro, a bordo do navio Santa Maria Manuela.

Esta iniciativa surge da necessidade de conhecer e proteger o património natural do país, respondendo às políticas nacionais, europeias e internacionais de proteção e gestão sustentável do oceano.

Para Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, este é " um exemplo de como o nosso trabalho deve ser, em matérias ambientais, cada vez mais em rede. O impacto de um projeto como este, para a criação de uma área marinha protegida tem mais impacto trabalhando em conjunto com os municípios de Mafra e Cascais". O autarca sublinha ainda que "Sintra tem uma extensão de costa de aproximadamente 25 km, toda ela abrangida não só pelo Parque Natural de Sintra-Cascais, como pela Zona Especial de Conservação (ZEC) Sintra-Cascais e que em matéria de investigação temos ainda muito por descobrir e valorizar."

Basílio Horta, recorda ainda que "sobre a proteção da área marinha, foi em 2020 que o Município de Sintra deu início a um importante capítulo da defesa ambiental e dos recursos naturais do Concelho de Sintra, com a aprovação por unanimidade da proposta de criação de uma Área Marinha Protegida. Esta expedição marca pois o início de mais uma etapa dessa criação."

O Governo Português integra também este projeto, apostando no aprofundar do conhecimento científico desta região marinha, a fim de fundamentar a melhor forma de a proteger.

Contando com o envolvimento fundamental de instituições científicas como o MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (pólos ISPA, IPLeiria, ULisboa, UÉvora e Madeira), o CCMAR - Centro de Ciências do Mar, o CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves , o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o IH - Instituto Hidrográfico, esta expedição permitirá dar início a um imprescindível levantamento dos valores naturais da região e fornecerá uma avaliação global da sua biodiversidade marinha.

Ao longo de duas semanas, esta expedição científica, liderada por Emanuel Gonçalves, responsável científico e administrador da Fundação Oceano Azul, e Henrique Cabral, biólogo e investigador no Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement (INRAE), recolherá informação, amostras e imagens para a caracterização da biodiversidade e habitats marinhos da zona.

Com recurso a mergulho científico e a várias tecnologias como drones, sistemas de câmaras de vídeo subaquáticos iscadas (BRUV – Baited Remote Underwater Video) e um ROV (Remotely Operated Vehicle), será possível aceder a zonas que, até hoje, têm sido muito pouco estudadas. Adicionalmente, será caracterizada, em terra, a biodiversidade da zona entre marés (zona intertidal).

Com os dados e imagens recolhidos, será produzido um relatório científico, que contribuirá para o diagnóstico do estado de saúde e valor científico e ecológico desta região do país. Utilizando essa informação, será possível proteger e gerir de forma sustentável os valores naturais e recursos marinhos. A par do Relatório Científico, será produzido também um documentário da expedição.

A Fundação Oceano Azul foi criada em 2017, com a motivação de contribuir para um oceano mais saudável e produtivo. Sob o mote “From the ocean’s point of view”, a Fundação trabalha três conceitos: blue generation, blue natural capital e blue network. Com uma abordagem assente na ciência, o modelo de mudança da Fundação Oceano Azul integra estes conceitos nos projetos que desenvolve em diferentes áreas como literacia, conservação, pesca sustentável, campanhas de sensibilização, economia azul e capacitação, nomeadamente trabalhando com governos, fundações e organizações da sociedade civil, ONU e UE, para fazer avançar a agenda internacional dedicada ao oceano.

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