Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior visita Sítio Arqueológico do Alto da Vigia

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, e o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, visitaram esta segunda-feira, dia 23 de novembro, o Sítio Arqueológico do Alto da Vigia.

A visita foi coordenada por Alexandre Gonçalves, arqueólogo da Câmara Municipal de Sintra e responsável científico pelos trabalhos que decorrem no lugar do Alto da Vigia nos últimos anos. A equipa de arqueólogos da autarquia pretende analisar possíveis novas oportunidades de exploração e conhecimento sobre o templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano, identificado neste local.

No local estiveram presentes técnicos da autarquia, investigadores do Centro Internacional de Investigação do Atlântico - AIR Centre e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência – INESC-TEC.

O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia foi proposto, pela autarquia de Sintra ao Ministério da Cultura, para classificação enquanto Sítio de Interesse Público, uma vez que neste local se registam vestígios de ocupação na época romana, islâmica e moderna.

O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia concentra mais de 20 séculos de história. Os vestígios mais antigos, até agora identificados, poderão corresponder ao templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano. Do período islâmico destaca-se a presença de vestígios da existência de um ribat, e do período moderno a existência de uma torre de vigia.

A implantação geográfica foi determinante na fixação e na natureza dos elementos em presença. Constata-se uma longa diacronia sempre em consonância com a sua localização privilegiada, numa plataforma elevada com boa visibilidade sobre o mar. A norte delimitada pela ribeira de Colares, corredor navegável, pelo menos, até à época medieval islâmica, com uso atestado - de forma indireta - na época romana.

A identificação daquelas ruínas no século XVI corresponde à primeira descoberta arqueológica feita em Portugal. A importância do local foi largamente reconhecida na época, passando a ser ponto de visita obrigatória para os eruditos, portugueses e estrangeiros, durante o Renascimento. Entre os ilustres visitantes que acorreram ao local, destaca-se a presença de Francisco de Holanda e de André de Resende, mas também de elementos da família Real, nomeadamente do Rei D. Manuel I e, mais tarde, do Infante D. Luís, irmão de D. João III.

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