Expedição Sintra, Cascais e Mafra traz avanços na Criação de Área Marinha Protegida
A Expedição Oceano Azul Cascais, Mafra e Sintra terminou ao fim de 12 dias e de mais de 600 milhas percorridas.
Organizada pelos municípios de Sintra, Cascais e Mafra e Fundação Oceano Azul a expedição teve como objetivo aprofundar o conhecimento da biodiversidade e dos ecossistemas da região.
Este projeto é o primeiro passo para preencher a lacuna de conhecimento dos valores naturais de uma zona marinha tão próxima da capital do país e poderá estar pronto dentro de 12 a 18 meses.
Os 12 dias de expedição científica, durante os quais se realizaram 270 mergulhos, dos quais 154 científicos, permitiram realizar amostragens ao longo de 60 km de costa. Descobriram-se habitats como jardins de corais, campos de esponjas, florestas de kelp e recifes de sabelária. Também foram identificadas espécies de aves, algumas altamente ameaçadas, mamíferos marinhos, como golfinhos comuns e roazes, espécies de peixes, entre elas atuns, lírios e canários-do-mar, e muitas de invertebrados.
Para Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, este é "um exemplo de como o nosso trabalho deve ser, em matérias ambientais, cada vez mais em rede. Um projeto como este, para a criação de uma área marinha protegida tem mais impacto trabalhando em conjunto com os municípios de Mafra e Cascais".
Basílio Horta sublinha ainda que "Sintra tem uma extensão de costa de aproximadamente 25 km e é por isso que, desde 2020, trabalhamos pela criação de uma Área Marinha Protegida, esta expedição assinala o início de mais uma etapa dessa criação."
Movidos pela vontade de aprofundar o conhecimento do mar ao largo dos seus territórios para o poder proteger e gerir de forma sustentável, os três municípios pretenderam, com esta expedição, assegurar uma primeira caracterização dos valores naturais da região.
Será lançado um documentário e apresentado o relatório científico da expedição entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Os próximos passos serão a assinatura de memorando de entendimento de parceria, o lançamento do processo participativo e assegurar a continuidade dos estudos científicos.
Recorde-se que a autarquia de Sintra aprovou este ano, em reunião de executivo, um protocolo que vem estabelecer diretrizes para a continuação da execução do projeto de criação de uma Área Marinha Protegida.