Sintra cria Cátedra Camilo Castelo Branco
A Câmara Municipal de Sintra vai celebrar um contrato com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) para a criação da Cátedra Camilo Castelo Branco, de natureza mecenática, para o estudo, promoção e divulgação da Camiliana de Sintra.
Aprovado em reunião do executivo, o contrato interadministrativo com a FLUL destina-se ao financiamento de atividades a desenvolver pela cátedra, na promoção de atividades de investigação, ensino e divulgação em torno da obra de Camilo Castelo Branco ao longo de 3 anos, no valor de 90 mil euros.
O presidente da autarquia, Basílio Horta, sublinha que “a coleção camiliana de Sintra constitui um património de interesse cultural ímpar com valores de memória, autenticidade e raridade que foi reconhecida e valorizada através da classificação como bem cultural de interesse público”.
“Esta classificação refletiu a sua importância na perspetiva da investigação histórica e cientifica e o que nela se reflete do ponto de vista de memória coletiva”, refere o autarca.
Assim, a promoção de atividades de investigação, ensino e divulgação em torno da obra de Camilo Castelo Branco, centradas no importante fundo patrimonial camiliano da autarquia de Sintra deve ter lugar onde existe um consolidado saber sobre a matéria e onde o mesmo se multiplica e difunde para gerações vindouras.
A coleção é formada a partir da coleção particular de Rodrigo Simões do Carmo Costa (1873-1947), sintrense que colecionou exaustivamente obras da autoria de Camilo Castelo Branco e que em 1939 doou a sua coleção ao Município de Sintra.
Do seu fundo arquivístico destacam-se os manuscritos autografados e várias obras de Camilo Castelo Branco: poesias, correspondência de Camilo, de Ana Augusta Plácido e de outros autores sobre a vida e obra do escritor, existindo ainda vários artigos de crítica literária camiliana. O fundo bibliográfico é constituído pela bibliografia ativa e passiva de Camilo Castelo Branco, engloba todos os originais do escritor, traduções que permitiram a divulgação pela Europa da sua obra, publicações de crítica literária camiliana e periódicos. Já o fundo iconográfico revela o gosto e a admiração de diversos artistas por Camilo Castelo Branco, abrangendo uma variável panóplia de técnicas e de suportes.
A coleção é considerada de grande valor cultural, vasto e diversificado, com inegável valor literário, constituído por um fundo arquivístico, bibliográfico e iconográfico, considerado melhor do mundo, valorizando o património cultural de Sintra. Este espólio Camiliano é também um dos raros espólios documentais classificados em todo o país.