21 de maio de 1929: Morreu a Condessa d´Edla
A 21 de maio de 1929 falecia em Lisboa Elise Friederike Hensler, Condessa d'Edla e segunda esposa de D. Fernando II.
De origem suíça-alemã, Elise Hensler nasceu em La Chaux-de-Fonds, em Neuchâtel. Aos doze anos, emigrou com a família para Boston, nos Estados Unidos, onde recebeu uma cuidadosa educação. Amante das artes e das letras, terminou os estudos em Paris.
No dia 2 de fevereiro de 1860, Elise chegou a Portugal integrando a Companhia de Ópera de Laneuville, para cantar no Teatro Nacional São João, no Porto. Atuou em seguida no São Carlos, de Lisboa, a 15 de abril de 1860, interpretando um pajem na ópera "Um Baile de Máscaras", de Verdi, altura em que D. Fernando II se apaixonou por ela, então com vinte e quatro anos.
Em 10 de junho de 1869, desposou D. Fernando II, em Benfica, sendo rei de Portugal D. Luís I. O título de condessa de Edla foi-lhe concedido dias antes da cerimónia por Ernesto II de Saxe-Coburgo-Gotha, a pedido de D. Fernando.
O casal gostava de se refugiar em Sintra, onde D. Fernando tinha comprado o abandonado Mosteiro da Nossa Senhora da Pena. Foi Elise quem introduziu espécies arbóreas da América do Norte, com o apoio do cunhado americano de Hensler, o silvicultor John Slade.
No meio do parque, a condessa e D. Fernando iniciaram a construção do chamado chalé, que ela mesma projetou ao estilo das casas rurais americanas. Mulher culta, dedicou-se com o marido ao patrocínio de vários artistas, entre eles Columbano Bordalo Pinheiro e o pianista Vianna da Motta.
Em 1885, D. Fernando faleceu e, no testamento, deixou à viúva todo os seus bens, incluindo o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, ambos em Sintra. Foi já o governo de D. Carlos I que, pagando 410 contos à condessa, conseguiu reaver a propriedade para o Estado Português, ficando a condessa com reserva de usufruto.
Depois disso, Elise Hensler abandonou Sintra e passou a viver com sua filha Alice. Faleceu em Lisboa, no Coração de Jesus, aos noventa e dois anos, vítima de uremia.