Sintra investe na cultura com Cátedra Camilo Castelo Branco
A Câmara Municipal de Sintra e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) vão criar a Cátedra Camilo Castelo Branco, de natureza mecenática, para o estudo, promoção e divulgação da Camiliana de Sintra.
O contrato, assinado na passada sexta-feira, dia 25 de junho, visa o financiamento de 90 mil euros, por parte da autarquia, para a realização de atividades a desenvolver pela cátedra, ao longo de 3 anos, centradas na investigação, ensino e divulgação da Coleção Camiliana de Sintra, classificado como Bem Cultural de Interesse Público.
Durante a cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, afirmou que este protocolo “constituí um grande momento para a cultura do Município” e que “esta parceria é ideal para a defesa, divulgação, estudo e preservação desta vertente cultural, que representa a identidade e unidade do concelho”.
Para o presidente da FLUL, Miguel Tamen, “esta iniciativa é importante também para a Faculdade de Letras e Universidade", referindo ainda que "uma coleção tão rica precisa de ser lida, de ser estudada, mas o fim útil desse trabalho técnico é que as pessoas, um dia, consigam perceber as coisas extraordinárias que existem aqui”.
Desta forma, a Cátedra Camilo Castelo Branco será dedicada ao desenvolvimento de investigação sobre o fundo camiliano da Biblioteca Municipal de Sintra, com vista à criação de projetos de investigação, promoção de congressos e realização de ações de divulgação e de reconhecimento da investigação desenvolvida.
A coleção é formada a partir da compilação particular de Rodrigo Simões do Carmo Costa (1873-1947), sintrense que colecionou exaustivamente obras da autoria de Camilo Castelo Branco e que em 1939 doou a sua coleção ao Município de Sintra.
Do seu fundo arquivístico destacam-se os manuscritos autografados e várias obras de Camilo Castelo Branco, tais como, poesias, correspondência de Camilo, de Ana Augusta Plácido e de outros autores sobre a vida e obra do escritor, existindo ainda vários artigos de crítica literária camiliana.
O fundo bibliográfico é constituído pela bibliografia ativa e passiva de Camilo Castelo Branco, que engloba todos os originais do escritor, traduções que permitiram a divulgação pela Europa da sua obra, publicações de crítica literária camiliana e periódicos. Já o fundo iconográfico revela o gosto e a admiração de diversos artistas pelo autor, abrangendo uma variável panóplia de técnicas e de suportes.
Este espólio Camiliano é também uma das raras heranças documentais classificados em todo o país, de grande valor cultural e com inegável valor literário, sendo a sua divulgação relevante para que se multiplique e difunda para gerações vindouras.