Falecimento de Gilberto Grácio

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, lamenta o falecimento de Gilberto Marques Grácio, o mais antigo e conceituado construtor de guitarra portuguesa e figura relevante da cultura.

Gilberto Grácio é herdeiro de uma dinastia de construtores de guitarra portuguesa, tendo-se iniciado na arte aos 12 anos, com o seu pai, João Pedro Grácio Júnior que coordenava um atelier de construção de instrumentos musicais de corda em Carnaxide, além da sua oficina no Cacém, concelho de Sintra. 

Autodidata, Gilberto Grácio aprendeu a trabalhar na oficina do pai. Aos 17 anos construiu totalmente o seu primeiro instrumento, uma viola, que conservou consigo toda a vida. 

A sua paixão pelo fado começou na infância, aos 6 anos, quando assistiu a uma sessão na Adega do Ramalho, no Cacém, onde tocava o guitarrista José António Sabrosa, marido da fadista Maria Teresa de Noronha. 

Gilberto Grácio era apontado como “o mais antigo e conceituado construtor de guitarras”, segundo a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado que o distinguiu como “Sócio de Mérito”, na 1ª década desde século.

Entre os músicos com os quais colaborou estão Luís Guerreiro, António Chaínho, Takashi Yuasa, Rui Veloso, Fausto, Paco Bandeira, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho e Carlos Paredes. 

A colaboração entre Gilberto Grácio e Carlos Paredes foi muito estreita, como disse o mestre guitarreiro e desse intercâmbio foi criado um novo cordofone, o guitolão, apresentado em junho de 2005. Idêntico à guitarra portuguesa, mas de maiores dimensões, o guitolão é montado com 6 ordens de cordas duplas, tal como a guitarra portuguesa.

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