Comunicado | Encerramento do serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra

 

1) A partir de hoje o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra passa a encerrar durante a noite entre as 20h00 e as 8h00.

A razão invocada é a escassez de recursos humanos para assegurar o eficaz atendimento às grávidas.

2) A Câmara Municipal de Sintra considera esta situação inaceitável.

Com a legitimidade que, no mínimo, lhe confere o relacionamento com o governo no sector da saúde que implica a construção de um hospital, de vários Centros de Saúde e apoios diretos ao Hospital Amadora-Sintra, tudo num investimento próximo dos 50 milhões de euros, a Câmara considera um desrespeito para com as suas populações a decisão agora tomada.      

O Concelho de Sintra tem cerca de 400 mil habitantes espalhados por uma área de 320 km2 pelo que é uma irresponsabilidade não olhar para esta população e para este território com a atenção que a mesmo merece.

É incompreensível e revelador de uma total ausência de planeamento e de coordenação encerrar de um momento para o outro uma urgência que serve centenas ou mesmo milhares de mulheres, especialmente grávidas, que ficam sem resposta às urgências de que necessitem, no seu Concelho, cuja Câmara investe dezenas de milhões de euros provenientes dos seus impostos para terem um Serviço Nacional de Saúde decente.

3) Quanto à razão invocada de escassez de recursos humanos revela por um lado a ausência de planeamento e de coordenação como o Serviço Nacional de Saúde está a ser gerido a nível regional e por outro a mistificação assumida pelos que afirmam haver médicos a mais. Onde? Em Sintra não certamente.

Face do exposto a Câmara Municipal de Sintra apela à sensibilidade pessoal e politica do senhor Primeiro-ministro para corrigir no mais curto espaço de tempo esta injusta e inaceitável situação.

Permitimo-nos ainda prevalecer desta oportunidade para chamar a superior atenção do Primeiro-ministro para a gravidade do período que se aproxima a exigir políticas atempadas participadas e coordenadas. De outra forma corremos o sério risco de, em curto prazo, vivermos uma situação caótica de efeitos sociais e políticos imprevisíveis.

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