Falecimento do pianista Nelson Freire

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, manifesta a sua consternação pelo falecimento do pianista brasileiro Nelson Freire, um dos maiores nomes da música clássica mundial e importante nome do Festival de Sintra.

Nelson Freire começou a tocar piano com apenas três anos de idade e estabeleceu-se como um dos maiores artistas brasileiros, o que levou a uma carreira de renome e a uma ascensão nos principais palcos do mundo. 

Nascido em 1944, na cidade de Boa Esperança, no estado de Minas Gerais, Freire era uma criança prodígio. Aos 12 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi ensinado por pianistas famosos, como Nise Obino e Lúcia Branco. 

Em Portugal, onde atuou diversas vezes, tocou em 2019 pela última vez, na 54.ª edição do Festival de Sintra, com a Orquestra Gulbenkian. 

A morte de Nelson Freire, que tristemente se assinala e que constitui uma grande perda para a Cultura, pelo exímio interpretante que desde muito cedo se revelou, sendo conhecido pela sua "execução decorosa de piano" e "profundidade interpretativa.

Também Sintra teve o privilégio de acolher memoráveis concertos seus, importando dar testemunho da quão regular foi a sua apresentação no Festival de Sintra, desde logo em 1964 - no decurso da sua conquista nesse ano do 1º lugar no Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta, em Lisboa - e depois em 1989; 1992; 1993; 2003; 2007; 2015 e, por último em 2019.

Com o nome de Olga Maria Nicolis di Robilant Álvares Pereira de Melo, desde sempre associado ao Festival Sintra, que, cumprindo um percurso de afirmação desde o seu início, em 1957, se destacaria no cenário das grandes realizações empreendidas nesta área, fruto duma sensibilidade e visão marcantes, foi determinante o seu papel de mecenas exercido pela Marquesa de Cadaval , nomeadamente em relação a jovens artistas que, mais tarde, se tornaram célebres, como foi justamente também o caso de  Nelson Freire, que várias vezes acolheu na sua morada de família em Colares, proporcionando-lhes  um ambiente fervilhante de cultura e de intercâmbio e partilha.

Com o desaparecimento de Nelson Freire, é também a música e a história cultural de Sintra que choram.

 

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