Exposição sobre livros censurados durante o Estado Novo prolongada até 31 de janeiro

A exposição "Os Livros que não puderam ser livres", composta por uma seleção de obras proibidas em Portugal durante o Estado Novo, estará patente na Biblioteca Municipal de Sintra até ao dia 31 de janeiro, com entrada gratuita.

Esta exposição insere-se nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, e terá presente livros proibidos em Portugal com a promulgação do Decreto-Lei n.º 22469, de 11 de abril de 1933, que instituiu a censura prévia às obras editadas, determinando como função do Estado impedir a “perversão” da opinião pública.

A partir desta data é criada uma lista de livros censurados pelo regime, acusados de serem subversivas, imorais, irreligiosas, comunistas, anarquistas ou revolucionárias. Muitas dessas obras fazem parte do acervo da Biblioteca Municipal de Sintra, inaugurada em 1939 e que celebrou, em 2024, o seu 85.º aniversário.

A exposição, com curadoria de Carla Nazareth, apresenta uma abordagem criativa e apelativa, transformando as áreas públicas da Biblioteca num espaço imersivo que explora as questões da censura e da liberdade de expressão literária. Através de instalações visuais e sonoras, o público é convidado a refletir sobre estes temas de forma profunda e envolvente.

A mostra distribui-se por várias áreas temáticas: na Galeria Municipal - Casa Mantero, são exibidas algumas das mais relevantes obras literárias censuradas, organizadas por categorias; na Sala Polivalente, o foco recai sobre a imprensa e a projeção de documentários que analisam a censura e a repressão durante o Estado Novo; no acesso à Sala de Leitura, encontram-se citações e testemunhos de figuras que viveram ou refletiram sobre essa época histórica; por fim, no foyer da Sala de Leitura, destaca-se a análise da censura na obra de Ferreira de Castro, com documentos cedidos pelo Museu Ferreira de Castro.

Com o objetivo de alcançar um público ainda mais amplo, em fevereiro, esta exposição será transferida para a Biblioteca Ruy Belo, em Queluz, proporcionando a mais visitantes a oportunidade de explorar e refletir sobre este marcante período da história cultural e política de Portugal.

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