
Em continuação de uma escolha documental diversificada e mensal da Divisão de Arquivos/Arquivo Histórico, para o mês de Março optou-se por um desenho de Júlio Santos a representar a estrada velha de Colares e a entrada da Quinta da Penha Verde, denominado Quinta da Penha Verde [Material Gráfico] / Júlio Santos [S:I:s.n.], 1938 tinta-da-china; papel; colorido; 24x17 cm; n.º inventário 10/285
Classificação: Monumento Nacional, Dec. N.º 39.175, DG 77, 17 Abril 1953. Integra os valores seriados como Património Mundial/Paisagem Cultural.
Tipologia: Via pública e arquitetura privada.
Mandada construir por Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal, esta estrada teve uma enorme importância nas ligações entre Sintra e Colares.
Serpenteando pela serra de Sintra, tem três designações toponímicas, o que a torna uma curiosidade. No início tem a designação de Rua Barbosa du Bocage, seguidamente designa-se por estrada nova da rainha, mas foi e é conhecida por estrada velha de Colares. Já escrevia José Alfredo da Costa Azevedo que a estrada velha de colares é uma das mais lindas da nossa querida Sintra.
Muitos artistas admiraram a beleza desta estrada e a aproximação do portão da quinta da Penha Verde, expressando-o na sua pintura ou traçado.
Imponentes quintas e edifícios de importância histórica e arquitetónica embelezam ainda mais todo o caminho. A estrada que vai para Colares passa pela Quinta da Regaleira, Quinta do Relógio, Palácio de Seteais, e de seguida encontra-se a Quinta da Penha Verde.
Outrora designada Tapada da Quinta da Penha Verde, a que pertencia, e à qual se liga, como se observa no desenho de Júlio Santos, por um arco muito elegante, que passa sobre a estrada, encimado por uma cruz de pedra imitando troncos que se enroscam.
A Quinta da Penha Verde é referenciada por Eça de Queirós em O Primo Basílio, 1878, que localizava, (
) as sestas quentes, nas sombras da Penha Verde, ouvindo o rumor fresco e gotejante das águas que vão de pedra em pedra (
) .
A quinta é isolada por um muro alto e, em certas secções, coroado por esferas sobre plintos e merlões. O muro da propriedade é rasgado por portal de cantaria, de verga reta encimada por frontão triangular integrando uma pedra de armas dos Castros.
Foi fundada por D. João de Castro, 4º Vice-Rei da India, em terreno que lhe foi dado por D. Manuel I, e mais tarde acrescentada por mais um pedaço que lhe deu D. João III, o Alto de Santa Catarina.
Em 1638/1651, D. Francisco de Castro, Inquisidor Geral (1575-1652) realiza grandes melhoramentos na propriedade e sabe-se que 1681, a quinta pertencia a D. Mariana de Noronha e Castro.
Mais tarde em 1869, a quinta é hipotecada, para em 1873 ser arrendada a Sir Francis Cook, 1º visconde de Monserrate.
Após a queda da Monarquia em 1910, muitas das quintas e palácios de Sintra são vendidos e em 1913, D. Álvaro de Saldanha e Castro vende a propriedade ao 2º visconde de Monserrate, Frederico Lucas Cook, para em 1940 Francis Ferdinand Maurice Cook, a vender novamente.
Em 1993/1994 a quinta da Penha Verde foi alvo de obras de recuperação integral.
Cota: AMSNT/AH/0047/DES-PT03
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