A Maneira Portuguesa de Estar no Mundo em debate nas Conferências de Sintra

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A segunda sessão do ciclo de Conferências de Sintra, subordinado ao tema “A Maneira Portuguesa de Estar no Mundo”, realizou-se na passada quinta-feira com a presença do orador convidado, Adriano Moreira e do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.

Na sua intervenção, Adriano Moreira começou por contextualizar historicamente a situação e posicionamento de Portugal, considerando que “nós, os portugueses, fomos criadores de impérios e péssimos administradores” desde que somos território, e esta continua a ser uma maneira portuguesa de estar no mundo que nos leva a “precisarmos muitas vezes de ajuda externa”.

O professor catedrático referiu que no país estão a ser “descuidadas janelas de oportunidade”, ou seja, “a unidade com a CPLP” e a “plataforma continental”, que ajudariam ao presente e futuro de Portugal. Deu também como exemplo a língua portuguesa estar a ser “mal tratada” com um acordo ortográfico que “implica a concordância de todos os países e apenas o nosso país implementou”. Lembrou ainda que o Brasil está a “afastar-se de Portugal”, do ponto de vista da diplomacia e das relações entre as academias das ciências dos dois países — e estas situações “destroem a maneira de Portugal estar no mundo”, concluiu.

Para Adriano Moreira, um país como Portugal “precisa de ter uma estratégia de diplomacia muito bem definida”, relembrando também que “sem um conselho estratégico nacional, os governantes vão ter muita dificuldade em recuperar o país da situação em que encontra”.

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, considera as Conferências de Sintra “espaços de reflexão e debate de ideias” e sublinhou a importância e os contributos da presença de Adriano Moreira neste ciclo de conferências.

No auditório do Centro Cultural Olga Cadaval encontravam-se empresários, jovens estudantes universitários, entre outros interessados, que contribuíram com ideias para o tema em debate.

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