DEVIR, Wanderson Alves

31 outubro a 06 dezembro I Sala da Fotografia I piso 0

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O tempo flui indomável. Águas ao mundo testemunham a transformação da existência. O rio é fértil e se modifica em seu curso. Calma e tormento. Amor e dor. Vida revivida sem fórmula ou ressalva. Simples e Bela.

Wanderson Alves

Dados Biográficos

n. Brasil

Wanderson Alves, fotógrafo, pós-graduado em Filosofia Contemporânea e Fotografia.

Atualmente frequenta o Mestrado em Estética e Estudos Artísticos - Fotografia e Cinema – na Universidade Nova de Lisboa.

Participou em  diversas exposições individuais e coletivas, entre as quais se destaca Cidade (Re)Velada, realizada em 2014 na cidade de Phoenix, Arizona USA, onde também realizou Residência Artística, através de parceria com o Phoenix Institute of Contemporary Art (PHICA). Na sequência desta exposição em Phoenix, uma de suas fotografias foi escolhida para fazer parte do acervo permanente do Mesa Contemporary Arts Museum.
 
A este propósito, escreveu o jornalista e consultor Marcos Pizano:“As narrativas visuais do artista, em constante processo de pesquisa, buscam estimular a reflexão do público por intermédio de uma poética singular e de uma linguagem sofisticada.

Esta jornada imprime em cada imagem um instigante mistério: o desvelar sem descrever. É o registro do profundo desconforto do olhar sobre o inefável, com a lente da arte, que provoca um atraente estranhamento nas suas imagens.”

Sobre a exposição

“O devir de um corpo em maturação.  A persiana entreaberta cruza o espaço-tempo e avista, ao longe, um caminho, uma saída. O reluzir de uma chama, os contornos de um edifício, o que vive fora dentro de mim? Uma janela de apartamento que se abre para cachos de flor. O trajeto do túnel, do voo, do sonho. O que esperar, tentar, revelar? Adiante. O certo e o errado não existem: luz e escuridão se irmanam numa poética fulgurante de imagens que se alternam e afirmam a existência transitória da vida. Cenas que fazem vivenciar beleza e solidão, amor e dor, vida e morte, qualidades intrínsecas à condição  humana – inseparáveis de toda e qualquer forma de abrigo. Novo ou antigo. 

A matéria claro-oscura se nos oferece, plena, nos belos  contrastes de uma câmara que afirma a solidez do instante, o flagrante que nos inquire, o gato preto que somos e a transcendência de nossos desejos. Trata-se de imagens de ver mais além, que  também a nós nos capturam e libertam. Como o pássaro negro que risca os céus.

O brilho está em quem vê. Desde a pequena fresta aos  desenhos de luz que serpenteiam o chão da nossa imaginação; possibilidades de transformação do ser, sempre em busca de um caminho, um sentido, dentro ou fora de si. Nos interstícios, nos detalhes aparentemente banais de nossa existência, na umidade brumosa de certos dias, nas estradas de terra fugidias, na chuva de cristais que parece redimir nossas dúvidas e aflições, no encontro dos homens. No brilho exato da fotografia de Wanderson Alves.”

Marcia Lahtermaher

EXPOSIÇÃO