Alto da Vigia foi classificado como Sítio de Interesse Público
O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia, em Colares, foi classificado pelo Ministério da Cultura, através da Portaria n.º 198/2021, como Sítio de Interesse Público.
A classificação do Sítio Arqueológico do Alto da Vigia reflete os critérios relativos ao interesse do bem como testemunho simbólico ou religioso, ao seu interesse como testemunho notável de vivências e factos históricos, e à sua importância do ponto de vista da investigação histórica e científica.
O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, sublinhou que “os trabalhos que decorreram no lugar do Alto da Vigia nos últimos anos conseguiram analisar novas oportunidades de exploração e conhecimento sobre o templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano, que agora é reconhecido como de interesse público. Sintra é extraordinária em Património e a arqueologia é um marco importante para o concelho e para a sua história cultural".
O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia regista ocupações na época romana, islâmica e moderna. Os vestígios mais antigos até agora identificados poderão corresponder a um templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano. Do período islâmico destaca-se a construção de um ribat e do período moderno a existência de uma torre de vigia. A implantação geográfica foi determinante na fixação e na natureza dos elementos em presença. Constata-se uma longa diacronia sempre em consonância com a sua localização privilegiada, numa plataforma elevada com boa visibilidade sobre o mar. A norte delimitada pela ribeira de Colares, corredor navegável, pelo menos, até à época medieval islâmica, com uso atestado - de forma indireta - na época romana.
A identificação daquelas ruínas no século XVI corresponde à primeira descoberta arqueológica feita em Portugal. A importância do local foi largamente reconhecida na época, passando a ser ponto de visita obrigatória para os eruditos, portugueses e estrangeiros, durante o Renascimento. Entre os ilustres visitantes que acorreram ao local, destaca-se a presença de Francisco d’Ollanda e de André de Resende, mas também de elementos da família Real, nomeadamente do Rei D. Manuel I e, mais tarde, do Infante D. Luís, irmão de D. João III.