Image
Image
Bestiario_destaque.jpg

Bestiário

Quinta Nova da Assunção  – Belas | Sintra

11 de novembro 2022 a 26 de fevereiro 2023

Bestiário: a Exposição

Bestiário, a primeira das três exposições do projeto O Museu Fora de Si, é constituída por obras da Coleção Municipal de Arte e das restantes coleções artísticas e científicas do Município que, direta ou indiretamente, representam, registam ou evocam animais reais ou imaginários, que existem hoje ou que, extintos, sabemos terem existido no passado.

Nesse sentido, a exposição, entendida como uma narrativa visual de caráter ficcional, constrói uma espécie de bestiário sintrense – não porque se refira a um conjunto de animais expressamente relacionados com Sintra, mas porque ficciona a própria ideia de bestiário a partir de uma seleção muito alargada e diversificada de imagens de animais que, de forma intencional ou acidental, convivem hoje nas coleções municipais. 

A definição do tema deveu-se, em muito, ao local escolhido para albergar esta primeira exposição do projeto O Museu Fora de Si: a Adega da Quinta Nova da Assunção, em Belas. A construção da quinta, propriedade de José Maria da Silva Rego (1810-1864), foi iniciada em 1860 e constitui um dos casos mais surpreendentes de concretização burguesa do imaginário romântico oitocentista, em combinação com a arquitetura neoclássica, na área de influência da Serra de Sintra embora a uma certa distância dela.

O tema escolhido para esta primeira exposição relaciona-se com um dos motivos principais da vasta decoração azulejar, da autoria de Luís António Ferreira (conhecido por Ferreira das Tabuletas), dos muros, tanques, mirantes, pavilhões, casas de fresco e lagos do parque da Quinta (e até da pintura de paredes e tetos das salas do palacete): a representação híbrida (na sua combinação de veracidade realista com imaginação e devaneio) de vistas, personagens e animais de paragens longínquas – ora na Europa, no Extremo Oriente, ou na América do Sul. Deste encontro entre Itália, China e Brasil resulta a ficção romântica de acedermos a mundos distantes, mas alcançáveis, exóticos mas, ao mesmo tempo, reconhecíveis, aparentemente reais mas, afinal, oníricos, fantásticos mesmo.

A exposição é constituída por cerca de cem obras, das quais cinco são mostradas, em regime de rotação temporal, em quatro escolas na área de Belas, Queluz e Monte Abarão (Escola E.B. 2,3 Ruy Belo, Escola Secundária Miguel Torga, Escola Secundária Padre Alberto Neto, Escola Secundária Stuart Carvalhais) e na Biblioteca Ruy Belo. Destas pouco mais de cem obras, trinta e sete pertencem ao Museu Anjos Teixeira, vinte e sete à Coleção Municipal de Arte, trinta e quatro ao Museu de História Natural de Sintra, sete ao Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas e seis à Casa-Museu de Leal da Câmara.

A exposição inclui obras de Paula Rego (1935-2022) e de Susan Norrie (1953), representante da Austrália na Bienal de Veneza de 2007, mas também de Cruzeiro Seixas (1920-2020), de Camila Loureiro (1932), de Cristina Reis (1945), de Pedro Proença (1962), de Fátima Mendonça (1964), de Eva Armisén (1969), de Isabelle Faria (1973) e de Nuno Viegas (1977), entre outros artistas que integram a Coleção Municipal de Arte de Sintra. A estas juntam-se obras de Tomás Leal da Câmara (1876-1948), da Casa-Museu de Leal da Câmara, de Artur Anjos Teixeira (1880-1935) e de Pedro Anjos Teixeira (1908-1997), do Museu Anjos Teixeira (MAT), bem como peças das coleções do Museu de História Natural de Sintra e do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas (MASMO). 

Bestiário ocupa as duas salas que constituem a Adega da Quinta Nova da Assunção, em Belas e organiza-se como uma fluida viagem ficcional por reinos animais, naturais ou imaginários, tanto presentes como passados, a partir das relações visuais, estéticas, morfológicas, ou outras, que são sugeridas ou realçadas entre as peças selecionadas, cabendo ao observador, como sempre, a escolha de uma trajetória e a construção dos sentidos possíveis para a sua viagem.

Bestiário: a Exposição

Bestiário, a primeira das três exposições do projeto O Museu Fora de Si, é constituída por obras da Coleção Municipal de Arte e das restantes coleções artísticas e científicas do Município que, direta ou indiretamente, representam, registam ou evocam animais reais ou imaginários, que existem hoje ou que, extintos, sabemos terem existido no passado.

Nesse sentido, a exposição, entendida como uma narrativa visual de caráter ficcional, constrói uma espécie de bestiário sintrense – não porque se refira a um conjunto de animais expressamente relacionados com Sintra, mas porque ficciona a própria ideia de bestiário a partir de uma seleção muito alargada e diversificada de imagens de animais que, de forma intencional ou acidental, convivem hoje nas coleções municipais. 

A definição do tema deveu-se, em muito, ao local escolhido para albergar esta primeira exposição do projeto O Museu Fora de Si: a Adega da Quinta Nova da Assunção, em Belas. A construção da quinta, propriedade de José Maria da Silva Rego (1810-1864), foi iniciada em 1860 e constitui um dos casos mais surpreendentes de concretização burguesa do imaginário romântico oitocentista, em combinação com a arquitetura neoclássica, na área de influência da Serra de Sintra embora a uma certa distância dela.

O tema escolhido para esta primeira exposição relaciona-se com um dos motivos principais da vasta decoração azulejar, da autoria de Luís António Ferreira (conhecido por Ferreira das Tabuletas), dos muros, tanques, mirantes, pavilhões, casas de fresco e lagos do parque da Quinta (e até da pintura de paredes e tetos das salas do palacete): a representação híbrida (na sua combinação de veracidade realista com imaginação e devaneio) de vistas, personagens e animais de paragens longínquas – ora na Europa, no Extremo Oriente, ou na América do Sul. Deste encontro entre Itália, China e Brasil resulta a ficção romântica de acedermos a mundos distantes, mas alcançáveis, exóticos mas, ao mesmo tempo, reconhecíveis, aparentemente reais mas, afinal, oníricos, fantásticos mesmo.

A exposição é constituída por cerca de cem obras, das quais cinco são mostradas, em regime de rotação temporal, em quatro escolas na área de Belas, Queluz e Monte Abarão (Escola E.B. 2,3 Ruy Belo, Escola Secundária Miguel Torga, Escola Secundária Padre Alberto Neto, Escola Secundária Stuart Carvalhais) e na Biblioteca Ruy Belo. Destas pouco mais de cem obras, trinta e sete pertencem ao Museu Anjos Teixeira, vinte e sete à Coleção Municipal de Arte, trinta e quatro ao Museu de História Natural de Sintra, sete ao Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas e seis à Casa-Museu de Leal da Câmara.

A exposição inclui obras de Paula Rego (1935-2022) e de Susan Norrie (1953), representante da Austrália na Bienal de Veneza de 2007, mas também de Cruzeiro Seixas (1920-2020), de Camila Loureiro (1932), de Cristina Reis (1945), de Pedro Proença (1962), de Fátima Mendonça (1964), de Eva Armisén (1969), de Isabelle Faria (1973) e de Nuno Viegas (1977), entre outros artistas que integram a Coleção Municipal de Arte de Sintra. A estas juntam-se obras de Tomás Leal da Câmara (1876-1948), da Casa-Museu de Leal da Câmara, de Artur Anjos Teixeira (1880-1935) e de Pedro Anjos Teixeira (1908-1997), do Museu Anjos Teixeira (MAT), bem como peças das coleções do Museu de História Natural de Sintra e do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas (MASMO). 

Bestiário ocupa as duas salas que constituem a Adega da Quinta Nova da Assunção, em Belas e organiza-se como uma fluida viagem ficcional por reinos animais, naturais ou imaginários, tanto presentes como passados, a partir das relações visuais, estéticas, morfológicas, ou outras, que são sugeridas ou realçadas entre as peças selecionadas, cabendo ao observador, como sempre, a escolha de uma trajetória e a construção dos sentidos possíveis para a sua viagem.