Novos espaços culturais em debate no Conselho de Cultura e Opinião de Sintra

A Câmara Municipal de Sintra realizou a primeira reunião conjunta do Conselho de Cultura e Conselho de Opinião da Paisagem Cultural de Sintra de 2025, esta terça-feira, no Paço dos Ribafria.

Nesta sessão, foi apresentado o projeto do Jardim Romântico do Vale da Raposa, cuja execução representa um investimento de 738 mil euros, e a recente aquisição do Paço dos Ribafria pela Fundação CulturSintra, um investimento de 5 milhões e 500 mil euros.

O Jardim Romântico do Vale da Raposa, na Avenida Barão Almeida Santos, em plena vila de Sintra, conta com uma área de intervenção de 7.855m², e pretende potenciar a transformação de toda a área envolvente, criando uma ligação e continuidade ao Jardim da Correnteza e reforçando a importância da Biblioteca Municipal da Casa Mantero e de outros locais culturais, como o Centro Cultural Olga Cadaval, o MU.SA - Museu das Artes de Sintra e ainda ao futuro Sintra Cinema.

Basílio Horta salientou que “foi esta terça-feira aprovada em reunião de câmara a adjudicação para esta empreitada, vamos assim avançar para a criação deste novo espaço, inclusivo e interativo, onde a poesia e natureza se unem, no fundo como reflexo daquilo que é a Sintra Romântica e a Paisagem Cultural”.

A segunda fase desta intervenção visa concretizar o Jardim Romântico do Vale da Raposa, sob o tema “Romantismo-Poesia-Paisagem”, criando um espaço multifuncional, poético e cénico, integrando elementos como circuitos de água, clareiras, bosquetes, ruínas recuperadas, e zonas de deambulação, estadia e contemplação. Integrado no espaço, estará ainda a Casa de Fresco, com um espaço versátil para atividades ligadas igualmente à divulgação cultural e de práticas artísticas.

Sobre o Paço dos Ribafria, o presidente da autarquia sublinhou que “este espaço será um museu visitável, depois de trabalhos de requalificação. Além disso, será também palco para diversas iniciativas culturais, como conferências, receções, concertos, apresentações de livros, entre outras”. Por fim Basílio Horta considera que este espaço “funcionará como uma porta de entrada do concelho, com informação diversa sobre o que se passa em Sintra a nível cultural”.

O Paço dos Ribafria remonta ao século XVI, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público (IIP), e é o único edifício de arquitetura nobre particular da Vila de Sintra que ainda mantém a sua estrutura quinhentista, e integra uma casa senhorial e uma capela privativa rodeados por amplos jardins, assumindo-se como uma das casas mais relevantes do Centro Histórico de Sintra. A construção do imóvel, inserido no centro histórico, dentro da área classificada Património Mundial pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), foi promovida no período da Renascença por Gaspar Gonçalves, que provinha de origens humildes, mas que por merecer a confiança da Casa Real, detinha uma apreciável fortuna.

O Conselho Municipal de Cultura visa promover o diálogo e a cooperação entre a autarquia, os agentes culturais do concelho e personalidades de reconhecido mérito cultural, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das atividades culturais do município de Sintra. Compete também ao Conselho desenvolver um olhar crítico sobre as estratégias e iniciativas culturais do município, sugerindo alterações que as enriqueçam.