Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que comemoramos a 10 de Junho, celebra a idiossincrasia da portugalidade, esse mito onde a palavra saudade tem mais força, criado numa terra exígua onde nascemos, mas temos o mundo inteiro para morrer, como diria Miguel Torga.
País velho de oito séculos, pela espada e pelo astrolábio expandimos a fé e o poderio marítimo, entre mar salgado desbravando o desconhecido, e nele vertendo o que o poeta chamou “as lágrimas de Portugal”.
Celebrar Portugal é celebrar a força do desafio, a coragem de ousar, ultrapassando os adamastores da História no labirinto no qual navegamos.
Sintra é a sinfonia verde nesse horizonte azul, e o monte finistérrico que o Poeta tão bem cantou em momento inspirado:
«Já a vista, pouco e pouco se desterra
Daquele pátrios montes, que ficavam;
Ficava o caro Tejo e a fresca serra
De Sintra, e nela os olhos se alongavam.
Ficava-nos também na amada terra
O coração, que as mágoas lá deixavam.
E já depois que toda se escondeu
Não vimos mais, enfim, que mar e céu.»
Em 1993, Sintra acolheu já as comemorações do Dia de Portugal, e hoje, jardim entre jardins, com trabalho, empenho e confiança no futuro de novo festeja a data maior do nosso calendário coletivo.
Conta uma lenda que Camões teria lido os Lusíadas ao Rei D. Sebastião na Quinta da Penha Verde, em Sintra (gravura publicada na revista Occidente, em 10 de Junho de 1880).