“O Outro Lado" de Artur Anjos Teixeira

15 de setembro de 2020 a 10 de janeiro de 2021

Uma exposição que pretende revelar um lado menos conhecido de Mestre Artur dos Anjos Teixeira. Desde esbocetos de pequenas figuras, a estudos para peças escultóricas, passando pela caricatura e algum espólio documental.

"Artur Anjos Teixeira trabalha silenciosamente, e a sua obra é todo um produto de delicada e recolhida meditação."
José Simões d’Almeida, 1931

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Bibliografia

Artur Gaspar dos Anjos Teixeira nasceu em Lisboa no dia 18 de julho de 1880. Filho do arquiteto pedro José Bernardo Teixeira e de D. Emília da Conceição Teixeira. Desde muito cedo manifestou grande vocação e talento para o desenho e a escultura. Em 1894, com 14 anos de idade, incentivado por sua mãe, decide entrar para a Escola de Belas-Artes de Lisboa, começando a ter lições com o escultor Simões de Almeida (tio), que lhe denotara capacidades invulgares.
Veio a concluir o curso com a alta classificação de 18 valores. Terminada a sua formação, vai trabalhar para o ateliê de escultura de Mestre Costa Mota, até em 1907, ano a que concorre a uma Bolsa de Estudos do Legado Valmor, para Paris, conseguindo-a.
Apesar do Legado Valmor apenas financiar 18 meses de estadia, Anjos Teixeira cedo se começou a notabilizar no meio artístico parisiense, passando a residir, despois desse período, em Montparnasse, juntamente com a mãe, a esposa e o filho Pedro.
Pelo seu ateliê, para além de Aquilino Ribeiro, seu amigo íntimo, passaram numerosos compatriotas, tais como Sousa Lopes, José Neto, Leal da Câmara, Manuel Jardim e Columbano.
Durante a sua permanência em Paris (1907-1914), alguns dos seus trabalhos foram admitidos ao Salon, entre eles Fauno e Ninfa, O Busto de Aquilino e Os Robinson, tendo sido referidos elogiosamente pela crítica francesa.
Com o rebentar da I Grande Guerra, decide regressar a Portugal, fixando morada em Mem Martins e adquirindo um ateliê em S. Bento (Lisboa), iniciando-se artisticamente em Portugal com a estátua República, que ainda hoje se encontra na Sala dos Deputados do Palácio de São Bento.
Do estilo da sua obra podemos caracterizar Artur dos Anjos Teixeira como um “observador”. É a primeira condição que o torna naturalista, aliado a valores próprios como o rigor técnico e a caracterização detalhada.
Mas Mestre Artur não se limitou à escultura. Notabilizam-se os desenhos, verdadeiros instantâneos da vida quotidiana, e também a caricatura, atitude paralela de representação e caracterização.
Artur Anjos Teixeira revela-se um homem de muito elogios nos vários níveis da sua criatividade.

Exposição

Caricaturas, Desenho à pena, 12,5X16 cm, s/d

Esbocetos de figuras masculinas, Desenho à pena, 12X19 cm, s/d

Mãe Observando Bebé, Esboço à pena, 10,5X19 cm, s/d

Carta da Academia Real das Belas Artes que certifica que Mestre Artur Anjos Teixeira “(…) é pensionista d’esta Real Academia em viagem de estudo pelo estrangeiro (…)”, 1907

Figura de Mulher Idosa, Gravura, 14X9,5 cm, s/d

Riacho, Gravura, 23X16 cm, s/d

Varina, Esboço a Lápis, 17,5X13cm, 1931

Cabeça de Mulher, Esboço a lápis, 15X10,5 cm, s/d

Mulher de Chão e Xaile, Esboço a lápis, 10,5X5,5 cm

Da esquerda para a direita Artur Anjos Teixeira com os pintores Trindade Chagas, Artur Silveira e ao fundo um contínuo da Escola de Belas Artes de Lisboa, 1901/1902

Fotografia da maqueta do grupo escultórico Robinson, s/d

Orçamento para a passagem a bronze da estátua Homem Primitivo e para o grupo escultórico, Robinson, s/d

Carta onde Artur Anjos Teixeira, 1º classificado no Concurso para o Monumento a Camões em Paris, aceita fazer algumas alterações à sua maqueta, 1915

Palhaço de Chapéu Alto, Gravura, 27X21 cm, s/d