Traços de Humanidade. A obra de Moita de Macedo em diálogo com os Cristos do Museu de Sousel
Comissariada pelo Dr. Anísio Franco
23 de julho a 28 de setembro de 2025, na Galeria Municipal do MU.SA – Museu das Artes de Sintra
Image
Traços de Humanidade.
A obra de Moita de Macedo em diálogo com os Cristos do Museu de Sousel
 
A Humanidade, a aproximação do homem, percorrem a obra do pintor Moita Macedo (1930-1983). A sua experiência como pintor amador da arte levou-o a praticar uma longa pesquisa no campo concetual, nas rotinas de representação ou, ainda, no ensaio da matéria e dos seus usos. Se este percurso o conduziu a uma gradual abstratização do representado, distanciando-se progressivamente da figuração, quando confrontado com o real, e em particular com as preexistências da história da arte, impôs-se-lhe um sentido inverso, sendo o real o momento de chegada e a diafanização o ponto de partida.

Moita Macedo encontrou na figura de Cristo a matéria simbólica para traduzir o seu caminho de aproximação à humanidade. Desenhando o caminho das figurações de Cristo que acompanha a obra de Macedo, reconstituiu-se a jornada do artista, mas de forma inversa.

Parte-se da representação icónica da face de Cristo, mais simbólica do que real, porque assim aconteceu nos primitivos tempos da cristandade, caminhando sempre no sentido da realidade, da definição mais realista, mais próxima do homem mortal, daquele que não domina os códigos intelectualizados da representação simbólica.

Nesta narrativa da obra de Moita Macedo recorremos a exemplares autênticos nos quais se encontram algumas das fontes iconográficas que serviram de inspiração ao artista.

No acervo do Museu dos Cristos de Sousel encontrámos o suporte lógico para ancorar esta aproximação e estabelecer os diálogos entre as obras do artista e a figuração tridimensional. Esta viagem torna-se, assim, numa forma de entendimento da criação do próprio Moita Macedo que concebia a Arte como fundamento da revelação da Humanidade.




Traces of Humanity.
The work of Moita de Macedo in dialogue with the Christs of Museum of Sousel

Humanity, man’s approach, runs through the work of the painter Moita Macedo (1930-1983). His experience as an amateur painter led him to carry out extensive research into concepts, representation routines and the testing of material and its uses. If this path led him to a gradual abstraction of what was represented, progressively distancing himself from figuration, when confronted with reality, and in particular with the pre-existences of art history, he took the opposite direction, with reality being the moment of arrival and diaphanisation the point of departure.

Moita Macedo found in the figure of Christ the symbolic material to translate his journey towards humanity. Drawing the path of the figurations of Christ that accompanies Macedo's work, the artist's journey was reconstructed, but in reverse.

We start from the iconic representation of the face of Christ, more symbolic than real, because this was the case in the early days of Christianity, always moving towards reality, towards a more realistic definition, closer to mortal man, to those who don't master the intellectualised codes of symbolic representation.

In this narrative of Moita Macedo's work, we have used authentic copies of some of the iconographic sources that inspired the artist.

In the collection of the Christ Museum of Sousel we found the logical support to anchor this approach and establish dialogues between the artist's works and three-dimensional figuration. This journey thus becomes a way of understanding the creation of Moita Macedo himself, who saw art as the foundation for the revelation of humanity.