Documento do mês junho 2013

Junho - Planta da Ligação de São Pedro a Pena

Para o mês de Junho optou-se por uma planta de projeto designada “Planta da Diretriz de um elevador de São Pedro à Pena”, de autor desconhecido, datada de 13 de junho de 1915, papel, 407 x 307 mm 

Um elevador que venceria facilmente o notável desnível de Sintra ou de São Pedro à Pena e vice-versa é pertença do imaginário, que radica do latim Imaginarius e significa o que não tem existência real. 

Desde 1890 que em atas de reunião de câmara se “ (…) deliberou abrir concurso para ser adjudicado a quem mais garantias offerecesse o estabelecimento de diferentes elevadores e linhas férreas (…) ” – Acta de Sessão de Câmara de 9 Julho de 1890. Lv.15, Fol.12. E daí em diante foram sempre apresentadas propostas… 

Mas, de volta à planta de 1915, o nosso imaginário começa … quando Carlos Alberto Corrêa em ofício à Câmara Municipal de Sintra, solicita a concessão de terreno (…) e apresenta a aspiração de “construir um ascensor partindo da Estação de Caminho-de-ferro em Cintra em direcção do Parque da Pena pelo sistema de tracção electrica e do sistema mais aperfeiçoado (…) por si ou por uma companhia”. 

Para tal era necessário uma carruagem de cabo em muito parecido ao funicular. Circula sobre carris e a sua carruagem é semelhante à do elétrico; quanto à sua locomoção é feita a partir de um gancho que engata num cabo de aço que se situa numa calha entre os carris. Para mudar de direção basta engatar o cabo da respetiva linha.

Também em 6 de Maio de 1926, surge um requerimento de António Freire Sobral e Ricardo Lopes da Cruz, a solicitar concessão para instalação de “systema de viação aérea suspensa”.

Então poder-se-ia imaginar um teleférico. Um carro suspenso por cabos que circula fixo a uma calha; a sua principal função é a deslocação de passageiros ao longo de encostas. Uma linha de viação aérea é normalmente constituída por dois carros ou cabines, puxados por um cabo de aço, um em cada extremo da linha; partem ao mesmo tempo numa linha única, a meio do percurso a linha divide-se em duas permitindo o cruzamento. O nome deriva do latim, funiculus, diminutivo de funis que significa "corda". 

Em qualquer dos casos em 18 de Maio de 1939, no Boletim de Informações da Câmara Municipal de Sintra, é feito o anúncio de abertura de concurso para transporte de passageiros de Sintra ao Castelo dos Mouros:

“Concurso para modalidades de transporte de passageiros”

“Até ao dia 5 de Junho de 1939, está aberto concurso, nesta Camara, para apresentação de propostas e ante projectos de qualquer modalidade de transporte colectivo de passageiros entre a estação de Sintra e a Pena, com estação intermédia no Castelo dos Mouros. A entrega das propostas e ante projectos deve ser feita na Secretaria desta Câmara, todos os dias úteis, da 11 às 17 horas”.

Vários ante projetos e projetos foram ao longo de anos apresentados… mas, nunca o concretizável, tocou o tema do exequível ou do real. 

Importante elemento de distinção entre a realidade e o mundo dos sonhos, ela é a presença viva da realidade física. Entre o sonho e a realidade dedicou-se à Serra de Sintra uma quimera artística única – o sonho de projetos sublimes – nunca edificados mas, imaginados e traçados.  

Ponderado e considerado desde os finais do século XIX, a ligação de São Pedro à Pena ou mesmo de Sintra à Pena pertence ao imaginário, ao sonho sintrense. E… sem dúvida que este “sonho”, proporcionaria uma paisagem percorrida singularmente bela sobre a alva Sintra, a verdejante serra e o longínquo anilado do oceano.

Cota: AMSNT/AH/Obras Municipais

 
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